...OU A NOSSA PRIMEIRA MÁSCARA.
Não gosto de me ver em fotografias ou de me ouvir em gravações.*
Tenho muito melhor relação com o Espaço do que com o Tempo. Para mim os dias precisariam ter mais 24 horas. Talvez por isso vou-me apropriando das experiências da vida lentamente. É mesmo na paisagem, o território habitado, que me reconheço e me sinto seguro.
As minhas ambições, o combustível do dia a dia, não são ideias fixas e quando não se concretizam, passam naturalmente ao passado sem deixarem sequelas. A imaginação encarrega-se de preencher esse vazio imediatamente.
Todos os dias usamos máscara. Temos que usar máscara. Não podemos andar por aí nuzinhos e descuidados e precisamos, por isso, de nos disfarçar para fazer a nossa vidinha. Todas as manhãs polimos os dentes para que fiquem mais brancos e brilhantes, organizamos os cabelos para nos parecermos mais com quem costumamos ser e escolhemos uma fantasia para envergar. Só depois de composta a figura é que somos nós!
A nossa primeira máscara é o nosso auto-retrato.
*(O que me parece normal porque estamos desenhados voltados para fora. Vemo-nos e ouvimo-nos a partir de nós o que nos faz ter uma ideia de nós próprios muito diversa de quando nos vemos ou ouvimos como se de outro se tratasse).
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