Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2006

Dança Da Gripe Das Aves

 

A mais assustadora, a mais impressionante, a mais actual e mais badalada das ameaças dos nossos maçadores dias... A Gripe Das Aves!!!

Senhoras e Senhores, convosco o "Grupo Carnavalesco Dos Anjos de Capoeira",em... 

                           A  AMEAÇA

 

Bold/NegritoEntrada.jpg

Ouvem-se arpas, flautas e violinos que acompanham o melodioso coro de vozes brancas num Aleluia Majestoso...

PRiiiiiiiiiiiiiiii...PRiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. 

 

Abertura.jpg

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AReceita.jpg

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Alaúdes, flautas e banjos tocam a música da despedida.

O Povo, com arrepios, vai ao bar tomar uma aguardente...

(Esta peça poderá ser considerada uma caricatura dos Anjos Italianos e é bom que seja!)


Domingo, 19 de Fevereiro de 2006

O Mestre e o Ratão

   CARNAVAL II


    OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO


   OOO                                  OOO


   O                                             O


                                         


                                -----------------------------------------------------------------


       Estes tinham bastantes hipóteses no Bailinho do Porto Judeu. Ou não? 


Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2006

O Concurso

ANA'KRÓNIKA. II 

 

(ANA'KRÓNIKAS são relatos impossíveis de colocar rigorosamente no tempo, retirados da memória, onde jazem sob grossas camadas de fantasia, não sendo, portanto, nem verdadeiros nem falsos...)

 

          Chamava-se “Prata da casa”. Era um concurso televisivo de Raúl

Solnado e Fialho Gouveia a que concorreu uma equipa de Angra do Heroísmo.

         Duas equipas de diferentes distritos apresentavam sucessivas provas a que procuravam dar um cunho muito “localista”. Uma das citadas provas constava de uma entrevista realizada por um elemento da equipa a uma “figura” escolhida por ela.

          Foi-nos dada a sorte de saber do Tio Silveirinha de S. Jorge e logo com os contactos preliminares nos rendemos às potencialidades fabulosas de tal personagem.

          Nos ensaios, no Teatro Vilaret, compareciam alguns elementos do júri das provas que, por levarem aquela tarefa a sério, desejavam observar o que as equipas propunham para o programa. Lembro-me de ver a cara de estupefacção de Maria Elisa ouvindo da boca do Tio Silveirinha, um analfabeto confesso, declamações de cor de páginas inteiras da Bíblia ou de um Atlas de Geografia que o impressionara ao ponto de o levar a viajar e viver como autêntico aventureiro americano em terras da América. Mais perplexidade lhe causavam os comentários e as teorias que o Tio Silveirinha expunha, em linguagem magistral, sobre tais assuntos!

           À preocupação avassaladora do entrevistador, no dia da entrevista, respondia o Tio Silveirinha com tal desenvoltura e oportunidade que arrancava estrondosas salvas de palmas à plateia que assistia, ao vivo, às emissões. Acabaria o Tio Silveirinha, a uma provocação do seu interlocutor, a declamar um poema de sua autoria que acabava assim:

 ...   ...   ...  

          Tanta riqueza que tinha!

Tanto que tinha de seu!

Até parece mentira,

Mas um belo dia morreu.

  

No dia do seu enterro,

Minha avó pôs uma mesa

Para dar, por alma dele.

Convidou toda a pobreza!

  

Cozeu espinhas de peixe

E escamas de morião

E a todos deu um jantar

De sopas d’água sem pão.

 

O mais pobrezinho de todos,

Minha avó por ele chamou,

Para lhe dar o vestido

Por alma de meu avô.

  

Deu-lhe meias e sapatos,

Calças, colete e casaco:

Roupinha nova do trinco

Que não tinha nem um buraco!

 

Um colete de pelúcia,

Riscado de azul e verde,

Que lhe ficava tanto bem

Como o cuspo na parede.

 

Uma camisa de seda,

Mais alva do que a geada,

Que não tinha fralda nem gola

Nem colarinho nem nada,

  

O casaco era azul

Da côr das ondas do mar,

Não tinha fôrro nem mangas

P’ra ter menos que lavar.

  

As calças eram da moda,

Pespontadas a retrós,

Sem alhetas e sem botões,

Sem perneiras e sem cós.

  

Es meias eram de seda

E casca de marmeleiro,

Urdidas com vento norte,

Tapadas com nevoeiro.

  

Sapatos de polimento

Colados com fina cola,

Que eram abertos por cima

E por baixo, não tinham sola.

  

Luvas de pelica fina,

Como luvas de senhora;

Ficava a mão descoberta

E os dedos todos de fora.

  

Fez tudo do melhor pano

(Não foi fazenda grotesca).

O que não deu foi cuecas

Para o tipo andar à fresca.

  

Foram estas as esmolas

Que ela deu por sua alma.

E o que dá esmolas desta

Tem o Céu por santa palma!

 

          Alexandre O’neil, membro do júri, declarou-se emocionadamente maravilhado com tal peça. 

           Ganhámos a eliminatória.

           Ganhámos a amizade muito gostosa do Tio Siveirinha!
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Quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2006

Reposição De Bailinho

LaVacaSuperStar.JPG


Apagam-se as luzes no Salão, sobe o pano e faz-se silêncio.


Prriiiiiii...Prriiiiiiiiiiiiiiiiiiii!


Ouvem-se chocalhos e mugidos.


Um naipe de "sopros" da "Filarmónica Muito Recreativa Pico Altense" e o grupo de violas "Amor às Cordas" atacam a música de "entrada" em Dó Maior e andamento "Alegre Muito Vivaço".


A Mestra volteia acrobaticamente entre as alas das dançarinas.


Prriiiiiiiiiiii...Prriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!


Chocalhos e mugidos...cagadelas.


Insinua-se a melodia "Apita o Comboio" pontuada pelo rabecão do "Professor" e as concertinas Ucranianas". Andamento "Alegre Mas Pouco".


 


Viemos.JPG


Chegada.JPG


Aplausos na plateia...


Etelvina3.JPG


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Conversa.JPG


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Gaitadaria e palmas na plateia...algumas gargalhadas amarelas...


BRINCOS.JPG


VAKAS.JPG


VACAS.JPG


Prrriiiiiiiiiiiii...Prrriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!


Volta a tocar-se a melodia "Apita o Comboio". Muitas palmas e assobios.


Despedida.JPG


Aplausos. gritos e assobios. O povo levanta-se e sai porque precisa ir beber e fazer chichi.


Cá fora estála um foguete. Já há outra Dança a chegar.


Ao longe ainda se ouvem chocalhos e mugidos. Já não se vêem as cagadelas, mas elas estão lá.


Domingo, 5 de Fevereiro de 2006

Leviatã.

ANA'KRÓNIKA I

(ANA'KRÓNIKAS são relatos impossíveis de colocar rigorosamente no tempo, retirados da memória, onde jazem sob grossas camadas de fantasia, não sendo, portanto, nem verdadeiros nem falsos...)

 

 

NegritoBaleeiro.JPG

 

          Aí por meados dos anos '50, era muito "pechinchinho", o pai levou-me ao Negrito, montado à amazona no varão da bicicleta, protegido nos seus braços. Levou-me a ver o cachalote - que seria o último a ser processado naquele porto baleeiro.

          Era meia-tarde que ía húmida e de densa atmosfera.

          Chegados, fui sentado sobre o muro de onde se podia contemplar  a fantástica cena: o sol ao penetrar penosamente a nablina dourava tudo e criava sombras duras; homens de pé sobre o dorso do monstro trinchavam, com lanças, longas e pesadas tiras de toucinho que deixavam escorregar para o chão onde outros homens com ganchos de ferro as arrastavam rampa acima em direcção aos "traióis"; vozeavam todos, com vozes cavas e de rijo; cheirava a iodo e a baleia. Havia muito suor e muita satisfação...

          De repente a noite começou a descer.

          Na viagem trepidante do regresso a casa senti frio e naquela noite não sonhei com toiros.

         

 

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