ANA’KRÓNIKA.V
(ANA’KRÓNIKAS são relatos impossíveis de colocar rigorosamente no tempo, retirados da memória onde jazem sob grossas camadas de fantasia, não sendo, portanto, nem verdadeiros nem falsos...)
Certo dia, um dos gatos que deambulavam lá pelo quintal, no seu afã incontornável de marcar território, salpicou o caderno de matemática que eu deixara momentaneamente num degrau da escada do jardim. Aquilo ficou uma peste! Protestei ruidosamente. Limparam-me a capa plastificada do caderno (raios! os cadernos não se podem lavar...) e borrifaram-no com água de cheiro americana. Ainda hoje, quando me lembro disto, sinto o odor acre-doce com que a coisa ficou e tendo a olhar à volta a ver se mais alguém o sente.
As crianças daquele tempo eram bem menos traumatizáveis do que as de agora: não ganhei qualquer rejeição a gatos ou à matemática. Apenas alguma reserva em relação à água de cheiro americana. Até tolero o Gato Fedorento
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