PRO’’POSTaS III
(PRO’’POSTaS são sugestões de coisas em que tropecei por essa internet fora e que de algum modo me interpelaram.)
No ArtsJournal refere-se “The Art Newspaper 03/29/07” que noticía esta extraordinária compra:
“Portuguese billionaire’s
“José Berardo has bought eight large sculptures from the Cass Sculpture Foundation to display outside Parliament in
“
…
“Wilfred Cass, the charity’s co-founder, told The Art Newspaper that the number of works sold to Berardo was the largest single purchase ever made from the foundation by a foreign collector.”
…
“The pieces include Lynn Chadwick’s stainless steel sculpture Ace of Diamonds III (2003); Peter Burke’s Register (2003), made up of 2,000 cast iron copies of the artist’s hand; Zadok Ben-David’s bronze female figure Looking Back (2005); Allen Jones’s Temple (1998); William Furlong’s hollow steel Walls of Sound (1998); and Tony Cragg’s bronze Line of Thought (2002).”
…
“Neither Mr Cass nor Mr Berardo would disclose the cost of the
works but the current market price for comparable pieces by Cragg is
up to $660,000.”
Ace of Diamonds III (2003) -
A MARC ANDRÉ
(UM POLÍCIA DOS DIABOS!)
Seis meses às voltas com campanhas, documentários, debates e votações (pagas) para, finalmente, a RTP nos oferecer, em plena febre comemorativa, como o “maior Português de todos os tempos”, essa extraordinária figura: SALAZAR!
Como os portugueses são uns grandes "pontalhões" (os portugueses "telefonadores" ) foram-se organizando durante esse tempo e, no dia, elegeram uma parelha clássica: o cego e a sanfona. Teria sido muito grave era se tivessem escolhido um tubarão sem acompanhá-lo com um parasita. Aquilo assim é uma espécie de dois em um. Todos os demais portugueses são peixe miúdo: Camõeses , Pessoas, Gamas, Afonsos...
Algures na Tvesfera rola um outro concurso para os portugueses "telefonadores" escolherem as Sete Maravilhas de Portugal. Vem aí, portanto, mais uma paródia.
“Eu gosto muito da Primavera mas acho que não sou correspondido porque fico sempre cheio de alergias e minha mãe pensa que eu apanhei frio e tira-me o juízo que é para eu me agasalhar para não apanhar mais frio.
Na Primavera as galinhas de minha tia Inês ficam todas chocas e deixam de pôr ovos mesmo na altura que fazem mais falta para os folares da Páscoa. Ela fica brava porque tem que comprá-los e eles ficam muito caros porque há poucos porque as galinhas das outras pessoas também ficam chocas. Na quinta dela há muitas nespereiras cheias de nêsperas. Eu costumo comer algumas às escondidas porque ainda não estão maduras e fico sempre com dores de barriga.
Na Primavera os passarinhos também ficam chocos e fazem ninhos na latada e logo de manhã piam que se fartam que não se consegue dormir nada.
Na Primavera dá muita erva azeda, beldroegas e urtigas e quando vou à horta apanhar salsa ou hortelã fico com as mãos e as pernas a arder por causa delas.
Mas eu gosto mais da Primavera é porque já falta pouco para as férias grandes!"
Declaro que este meu Blog é uma das minhas esperanças!
Posso precisar dele um dia como os meus antepassados precisavam das suas fotografias.
É um “investimento”, uma âncora, um registo de memória, uma arca de referências.
Nunca tinha reparado que o iniciei no último dia do Inverno (de 2004). Há três anos! Começo por isso a perceber que o meu Blog me pode revelar a mim mesmo.
Em vez de acabar a falar sozinho talvez possa dialogar comigo.
Um abraço a quem me leia e outro para mim-mais-tarde !
KRITIK’ANDO .I
(KRITIK’ANDO são reparos sobre coisas que nos saem ao caminho e nos alteram o resto do dia...)
Ouvimos tantas vezes da boca dos mais variados protagonistas, que temos um “quadro legal” muito bom com uma excelente “moldura penal”. Ficamos logo a saber que, ao contrário do que geralmente pensamos, o “retrato” da nossa justiça é uma “obra prima”.
O que esses “artistas” nos estão a dizer é que as leis que fazem o favor de nos dar são perfeitas. Porquê então tanta anormalidade?
É certamente quando se aplicam (ou deixam de aplicar) tais pérolas legais que se borra a pintura toda!
O sacrossanto princípio da igualdade perante a lei que fala em não descriminação em razão do sexo, raça, opção política, religião, poder económico, blá blá blá, ignora totalmente a existência de uma espécie de “patentes” que os cidadãos ostentam aos olhos dos executantes dos vários níveis do poder. “Patentes ” de resto muito difíceis de definir pela sua subtileza e infinita diversidade.
Um determinado tratamento tanto pode ser aplicado por se tratar de um “gajo porreiro”, um “amigalhaço”,um “tipo muiiiiiiito chaaaato ” ou “muito influente”, um “sujeito que manda muiiiito estilo”... ou um que “não é nada de nada”. Este último “posto” que é, obviamente, o mais numeroso é o de “cidadão raso”. Verdadeiramente é para estes que a lei é igual-para-todos e, coitadinha ... cega!
Ilustrando:
-um “cidadão raso” precisa pedir uma licença específica para “montar andaime” com vista à pintura da fachada de sua casa. Obtém-na três meses após o pedido estando já a fachada pintada pois havia um contrato datado com o pintor;
-um cidadão da “patente” “ex-titular de cargo público de relevância” faz obras intermináveis numa rua da cidade, sem protecção, que danificam a via pública tornando-a perigosa, incomodam tudo quanto lá passa, sabe-se lá com que licença.
Tudo graças à cegueira da lei!
Cara Katharine,
Sou dos Açores, pois então? Da própria Ilha Terceira _ Angra do Heroísmo. E moro mesmo cá! Viu!
Não pode saber nada sobre "Quanto tempo leva a mosca para aprender a voar?" porque ainda não está escrito. Sabe? É apenas um título para um tema excitante.
É sobre o problema do voo: o eterno sonho humano é afinal uma prosaica realidade para a mosca! A mosca voa tal como a águia imperial!
Nem uma nem outra sonham voar. Na verdade nem dão por isso. Voam porque precisam e não tiram partido do facto para correrem mundo. Isso é muito triste.
As cegonhas e os gansos, esses voam e servem-se do voo para viajar. Mas...mesmo assim fazem-no por estrita necessidade. E, pasmai, viajam para migrarem. Deve ser por isso que o grasnar de um bando de flamingos nada tem de alegre: estão sempre onde têm que estar ou morrerão.
Não viajam por turismo. Isso é coisa dos homens e apenas dos que têm dinheiro. Os outros só viajam para ir ao médico ou pelas mesmas razões dos flamingos.
Não acha isto digno de ser contado por esse mundo abaixo?
Ah! Também não voo, porque não me é estritamente necessário voar!
Mas gostava: só faria viagens de ida e volta e só quando me apetecesse.
ANA’KRÓNIKA.VIII
(ANA’KRÓNIKAS são relatos impossíveis de colocar rigorosamente no tempo, retirados da memória onde jazem sob grossas camadas de fantasia, não sendo, portanto, nem verdadeiros nem falsos...)
Só posso dizer que não são esses Maias que estão a pensar. Era gente da nossa praça.
Um dia os Maias ganharam, num bingo do Rádio Clube de Angra, porque era o bingo do Natal, um FIAT 850, acho eu!
Mal luziram os primeiros raios do Sol da Primavera programaram um pic-nic para gozar o seu carro. Ao fim de uma manhã de sábado encheram o pequeno porta bagagem do Fiat com todos os equipamentos necessários e muitos petiscos que a mãe preparara desde a véspera. Com muita dificuldade meteram-se os quatro, o pai, a mãe, o filho e a filha dentro da viatura e pôs-se, então, a questão:
-Vamos para onde?
-Para o Monte Brasil-opinou imediatamente a senhora Maia.
-Oh mãe! Então mais valia irmos a pé. Para os Bicoitos.-retorquiu o rapaz.
-Não posso estar muito tempo à chaparia do sol.-protestou o pai.
-Eu achava melhor irmos para a Lagoa das Patas. Há lá muitas mesas e sombra.-lembrou a miúda.
-Nem pensar-saltou a mãe-está sempre cheio de gente e lixo.
...
-Não. É muito húmido...
-Não. Faz muito vento...
-Não. Está sempre raso de moscas...
Trinta minutos depois estavam finalmente todos de acordo: a fome falou mais alto e mesmo ali, no carro, à porta de casa, se fez um dificílimo pic-nic!
Dalí em diante aquele carro foi usado exclusivamente para fins utilitários... como os carros oficiais...
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