No rol dos bens escassos e em vias de extinção incluem-se já o silêncio e a escuridão.
A cavalgada espasmódica do quotidiano gera volumes brutais de som e muito mais ainda de ruído. Incessantemente. Voluntária e involuntariamente. Por boas razões, por tudo, por nada...Produz tanto movimento, tanta cor e tanta forma, tanta luz, por deslocar tudo e todos, por disputar as atenções, para surpreender, para entreter e para alertar, para informar e para distrair...
Tamanha congestão obsta a qualquer orientação. Fica-se perdido.
Poucos apreciarão o silêncio e o escuro por longos tempos como poucos poderão dispensá-los em justas doses e em momentos adequados. Eles são ingredientes imprescindíveis ao repouso e à criação da circunstância para que cada um possa sentir o discurso do seu próprio espírito.
Nas mega metrópoles onde se concentra a parafernália dos meios de vida moderna - e os direitos têm tendência a tornar-se em negócios - hão-de surgir "centros de silêncio" ou "trevódromos" onde, pagando uma fortuna, se acederá a uns momentos de vazio.
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